sexta-feira, 2 de novembro de 2007

FERNANDO SALGADO – by Timóteo Sampaio

Que Mineiro gosta de praia do Espírito Santo ninguém duvida, e que de lá vem para nossa querida belzonte muitas histórias também não é de se duvidar. Van lotada indo para Jacareípe, muita farofa e refrigerante para a diversão da moçada, e de vez em quando, claro, um pum órfão de pai e mãe ( é incrível como isso acontece ).
Na janela da Van o Waguinho, coitado, nunca tinha visto o mar na vida, a ansiedade era tanta, que ele nem sequer desceu para ir ao banheiro na parada, para não perder o lugarzinho na Janela e ver bem de perto o marzão quando estivesse passando pelo litoral. Depois de 9 horas de viagem e uma longa e cansativa ansiedade, o prêmio, enfim o mar, mas também o nosso tema predileto da viagem. O Waguinho coloca a cabeça do lado de fora e grita:
- Nossa! É grande mesmo heim.
Não precisava acontecer mais nada de bom na viagem, só esse triste ( pra ele ) e feliz ( pra nós ) comentário já nos rendeu excelentes piadas, músicas e teatros.
Mas nada se comparado a do Fernando. Gordinho, sem habilidades naturais e como manda o figurino, o nosso bobo da corte na rua Adelaide.
Depois de 18 anos vendo o mar apenas na TV e por fotos vem a notícia pelo seu Manoel. – Vamos viajar.
A ansiedade de ver o mar abalou o rapaz, comentava com todos no bairro que estava indo à praia. Pediu um short pro Ney, um boné pro Alan, e a bola do Lú.
Chegando a praia o Fernando não resistiu a tentação. Lá foi aquele gordinho engraçado entrar naquela infinitude de água. Foi entrando, entrando, entrando até ver o pessoal “cortando” onda. Aquilo era a coisa mais incrível do mundo. A onda vinha e você pulava para ela passar, os mais feras, cortavam ela no mergulho.
Lá vai o Fernando cortar onda, e Deus caprichou pra ele já que era a primeira vez. Os surfistas de plantão correram para pegar uma beiradinha nela, mas o Fernando não, estava no olho do furacão. Quando ela veio de lá e todos pularam ele não conseguiu sair do chão, a onda bateu forte naquelas pernas e o Fernando foi rodopiando com a onda até ela quebrar. Engoliu quase meio mar. Saiu de lá com o olho vermelho, o short no meio das pernas e um sorrisão no rosto. Gritou tão alto que a praia toda ouviu:
- Nossa, pai! Não é que é salgado mesmo!!!

Timóteo Sampaio
timoteosampaio@hotmail.com

Um comentário:

Eliel Vieira disse...

mto legal :)

pô... pq os gordos sempre tem que os os "bobos da corte"?

vo pleitear no congresso o projeto de lei contra a gordofobia :P